Bruce Buffer diz ter uma "conexão passional" com o povo brasileiro. Nascido na cidade norte-americana de Tulsa, a mesma da boy band Hanson, o locutor que ficou famoso por anunciar as lutas do Ultimate Fighting Championship (UFC) com o bordão "it’s time" esteve em São Paulo nesta semana e mostrou ser a hora de estreitar ainda mais a ligação com o País. Já começou até a simpatizar com um time de futebol e está à procura de uma companheira com a "fantástica sensualidade" das mulheres do Brasil.
Bruce externou os seus sentimentos durante o lançamento da biografia "It’s time - Minha visão 360º do UFC", da Companhia Editora Nacional, em que conta histórias dos bastidores da organização e curiosidades de sua trajetória. Na ocasião, não foi só o locutor que se mostrou afetivo.
Enquanto bebia um refrigerante de guaraná - produto típico do Brasil - em um shopping de São Paulo, ele autografou mais de uma centena de livros de fãs entusiasmados. A maioria arriscou pronunciar palavras em inglês para assediar o estrangeiro; uma parte pigarreou e ergueu a voz para imitar os seus anúncios nos combates; outros enrijeceram os músculos para se passar por lutadores; e houve até um garoto que levou um reluzente cinturão para exibir ao ídolo. Todos foram retribuídos com um "muito obrigado", em bom português, e cumprimentos carinhosos.
Entre tanta gente, quem mais pareceu chamar a atenção de Bruce foi um torcedor do Palmeiras. "Você já escolheu um time de futebol no Brasil?", ele perguntou, assim que teve a oportunidade de se aproximar do profissional do UFC. Ciente de que há muita rivalidade no esporte e sem nenhuma intenção de criar inimizades no País, o locutor explicou que gostava de "soccer", porém não o bastante para conhecer as equipes brasileiras.
"Recomendo, então, um time para você: o Palmeiras!", insistiu o palmeirense, com a promessa de ser mais convincente em um próximo encontro. O norte-americano apenas sorriu e fez o seu gesto tradicional ao posar para fotografias - mão direita estendida, com dedos polegar, indicador e mínimo abertos, como se estivesse em um show de rock.
Bruce só não esperava que o "próximo encontro" com o palmeirense fosse tão logo. Cerca de meia hora mais tarde, o sujeito voltou a enfrentar a fila por autógrafos e presenteou o locutor com uma camisa retrô do Palmeiras, que havia comprado em uma banca montada diante da livraria onde estavam. "Que orgulho. Pode ter certeza de que vou usar", assegurou o ícone do UFC, agradecido, antes de dobrar o uniforme cuidadosamente e guardá-lo em uma sacola de papelão.
Apesar de não conhecer nem sequer o distintivo oficial do Palmeiras - a camisa que ele ganhou tinha a Cruz de Savoia costurada no peito -, Bruce garantiu que estava começando a simpatizar verdadeiramente com o clube alviverde. "Antes, eu havia dito a você que não torcia por nenhum time. Tenho um agora. Chamo isso de time por associação", brincou, ajeitando o seu paletó alvinegro ao aprender que, assim como ele, a sua equipe de futebol no Brasil tem ascendência italiana. "Isso é bom. Italiano é bom!", vibrou.
Ainda falta muito, contudo, para Bruce Buffer se tornar um palmeirense legítimo. O pouco que ele sabe sobre o futebol brasileiro praticamente se resume a um astro que encerrou a carreira no rival Corinthians. "Não conheço os times, mas existem Ronaldo e...", sorriu. Agente de imagem do lutador Anderson Silva - que mantinha parceria com o clube do Parque São Jorge -, Ronaldo tem frequentado eventos do UFC e ganhou empatia no meio do MMA (artes marciais mistas).
O ex-atacante também gosta de pôquer (é garoto-propaganda da empresa PokerStars), tal qual o locutor da organização, um jogador semiprofissional que já angariou até um prêmio de US$ 30 mil (quase R$ 70 mil) em um torneio. "Além do Ronaldo, há o Pelé. Quando eu era pequeno, Pelé foi um grande herói. Ele me parecia fantástico. Definitivamente, tenho um enorme respeito por futebol", acrescentou Bruce, jogando todas as suas fichas restantes para aparentar estar a par da modalidade.
Aprender mais sobre futebol é um objetivo profissional do palmeirense Bruce Buffer. Como o UFC planeja promover um grande show em um estádio brasileiro - e justamente a Allianz Parque (futura arena do Palmeiras) aparece como favorita a sediar o evento -, o locutor gostaria de estar adaptado ao ambiente. Ele costuma incorporar algumas frases convenientes aos bordões que grita em cima do octógono para contagiar o público presente.
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